KINNARA [QUADRINHO] (2021):

Sombrionauta
10 min readJan 19, 2024

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DIVINOS APARELHOS IDEOLÓGICOS DO ESTADO.

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INTRODUÇÃO.

O mundo contemporâneo padece de se achar eterno. Mas eterno não quer dizer “para sempre” como pensamos e como meu caro e diabólico designer ESTÁTUA me explicou, em verdade essa palavra quer dizer “tempo indeterminado”. Logo o que esse mundo padece em verdade é de não saber muito bem qual seu tempo determinado. Isso está ligado ao presentismo que estamos passando, essa noção notada por vários historiadores, principalmente ligados ao mundo antigo, de que é muito difícil delimitar as origens de certas coisas, tais como FRANÇOIS HARTOG (1946).

E COMO DIZEM OS FÍSICOS E OS PRISIONEIROS, SEM SABER DE ONDE VOCÊ VEIO FICA DIFÍCIL ENTENDER PARA ONDE VOCÊ VAI.

Sim, porque sem definir o ponto A de uma reta, por exemplo, fica impossível determinar qual o ponto B. Logo sem inícios, todos os fins são injustificados, inclusive na prática política e a de poder. Por isso MAQUIAVEL (1469–1527) era acima um historiador, mas também um filho de armador.

Nos tempos atuais, nosso querido Irmão-Capitalismo tende a incentivar esse tipo de regime de historicidade, que se assemelha demais ao anacronismo, para dar a entender que ele sempre esteve por aqui. Mas como ele faz isso? Ora, apresentando mecanismos políticos e estatais que existiam antes dele, e que o mesmo ainda os usa. Isso dá a entender que não “há nada de novo sobre o sol” como diria o ECLESIASTES (450 A.EC. -180 A.E.C.), de autoria atribuída originalmente ao genial, ou anti-genial, SALOMÃO (990 A.E.C.- 931 A.E.C.).

Nisto está o ponto, que por sinal é defendido pelo ensaísta ELIAS CANETTI (1905–1994), de como a indeterminação é algo que provoca grande ansiedade e desgoverno, principalmente nos setores estatais, quando da morte de um líder. Quando o tempo do poder é eterno, ele é por demais perigoso.

AQUI NESTA OBRA, UM DIABÓLICO APARELHO IDEOLÓGICO DO ESTADO VEM A “CORRIGIR” A PALAVRA “ETERNO”, PARA QUE SEJA REALMENTE “INFINITO”.

Esse quadrinho é sobre isso.

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MECANISMOS SEMPRE PRESENTES.

A humanidade sempre foi fascinada pelo mundo circundante de modo geral, diferente dos animais: um animal não tem a pretensão de se diferenciar do resto da natureza, porque está muito preocupado em não ser devorado por ela. Nós também. Até hoje. Mas tomamos a consciência de que existe uma coisa chamada genealogia, logo, que existia um passado antes de nós. Essa noção no século XIX irá alimentar a patologia, porque na verdade é isso mesmo, de acreditar em fantasmas.

FALEI BASTANTE DISSO NO ATO FANTASMA (2023)

Contudo, essa paixão, porque o medo é isso mesmo, nos fez tentar superar o que nos destruía. É isso que nego chama hoje de “competitividade”. Sendo assim fizemos desde o mundo antigo uma tentativa de nos aproximar e superar a natureza por meio de nossa tecnologia, chamada de “maquinal” que quer dizer “meios de obter algo, estruturas ou aparelhos” fazendo uma tradução rápida da palavra “maquina”. Assim tentamos achar um remédio para nossa inferioridade, criando coisas que pareciam ser inferiores aos deuses (seres sobrenaturais que surgem com as civilizações urbanas), para que tivéssemos a noção de que éramos também poderosos.

ISSO CRIOU A NOÇÃO DOS AUTÔMATOS.

Autômatos, são máquinas que tentavam imitar seres da natureza, em seus gestos, e que eram formatados para se assemelharem formalmente a elas. Não são robôs, máquinas que tem seu design formatado para facilitares suas funções, ou mesmo androides, mecanismos que tendem a mimetizar, imitar, a forma e ações humanas.

UAI, NÃO TEM ENTÃO AUTÔMATO QUE E ANDROIDE?

Tem, mas no momento da concepção dos autômatos, não se fazia a diferença entre homem e natureza, sendo que ambos eram entendidos como o mesmo. Certo animismo ainda estava presente aqui.

Logo, os homens, porque mulher não era bem considerada humana, entendiam que eram parte da natureza. Tem muita gente no campo, geralmente os mais velhos, que ainda acredita nisso. Os ambientalistas apenas fingem que são.

OS POVOS ORIGINÁRIOS NUNCA CAÍRAM NESSA, FAZENDO UMA ESPÉCIE DE HÍBRIDO DAS DUAS CONCEPÇÕES.

Ser híbrido era ruim para o MUNDO ANTIGO GREGO (2000 A.E.C. — 168 A.E.C.), mas era visto como vantajoso para os outros mundos antigos. Inclusive no SIÃO (1238 A.E.C — 1939 D.E.C.), atual Tailândia, que por favor não confunda com o SIÃO BÍBLICO dá origem a palavra SIONISMO (1895).

Seguindo.

Autômatos então existiam desde o mundo antigo, nas mais diversas civilizações.

DESCONFIO QUE ETERNOS [FILME] (2021), TAMBÉM FEZ A PIADA QUE ESSE QUADRINHO AQUI QUER FAZER, E QUE EM CERTA MEDIDA WARREN ELLIS (1968), O ABUSADOR, FEZ EM PLANTETARY (1999) SOBRE SEU PERSONAGEM ELIJAH SNOW.

E aqui está a questão, o que um autômato fazia? Ele repetia uma determinada sequência de gestos continuadamente. Como um relógio?

EXATAMENTE.

Os mesmos mecanismos, dos relógios e dos autômatos, são analogamente uma tentativa de perpetuar, prever e manter os ciclos de tempo. Todo o governante é obcecado com a repetição de seus governos, seja no mundo atual, seja no mundo antigo.

Um exemplo disso é, segundo o acusado de abuso infantil colonial MICHEL FOUCAULT (1926–1984), FREDERICO, O GRANDE (1712–1786) que tinha seu próprio autômato, assim como também almejava que seu exército agisses como um relógio onde os componentes fossem como “guerreiros-robôs”

Nesta obra, mais um vez, os MAZZITELLI E ALCATENA, projetam esses anseios de poder em um mundo antigo “oriental” e testam como o poder das monarquias pensa seus próprios aparelhos ideológicos do estado.

COMO? NA FIGURA DE UM AUTÔMATO SIAMÊS CHAMADO KINNARA.

PAUSA NA CANÇÃO DO PODER.

Kinnaras e Kinnaris são figuras míticas do extremo oriente que cuja parte superior era humana e a inferior era de pássaros ou cavalos. Os primeiros são do gênero masculino e os segundos, feminino, e por algum motivo, quando se juntam em casais não têm filhos, pois acham que isso atrapalha seu amor.

QUE MODERNOS ELES, NÃO?

E como se reproduzem então? Boa pergunta…

Também são cantores, as vezes aparecendo como deuses inferiores ou semideuses, e, provavelmente inspiraram aqueles picaretas dos gregos antigos a criarem as harpias. Geralmente eram membros das elites artísticas das monarquias genealógicas de poder.

Porém nessa obra é justamente um autômato, que mantém a forma de meio humano e meio pássaro. Mas então o que ele diabos canta?

JÁ CHEGO LÁ.

Este Kinnara autômato, logo, uma imitação do poder divino dos deuses, está a serviço do monarca Tosarot, que já teve dias mais grandiosos, e que é pai de dois filhos miraculosos, Mongkut e Phra Lak. Mongkut, o irmão mais velho será o próximo na linha de sucessão de seu pai.

Está tudo aqui para contar uma clássica história de principados e reinados ocidentais de irmãos invejosos. Certo?

ERRADO: O PROBLEMA TODO É QUE OS IRMÃO NÃO SE ODEIAM, PELO CONTRÁRIO.

Como os dois se amam, sempre paira na mente de todos, inclusive de seu pai que jamais vão se separar um do outro e assumirem suas próprias vidas.

SIM, IRMÃOS QUE SE AMAM TENDEM A IGNORAR O MUNDO CIRCUNDANTE. SEI COMO É.

E isso é um problema sério, pois na concepção ali posta de reinado, um monarca deve o tempo todo desconfiar até de seus entes queridos e se preciso for executá-los para ser aceito como um príncipe, no sentido maquiavélico do termo. A elite estadunidense tenta reproduzir isso exaustivamente.

FOI O QUE ELISABETH I (1533–1603) FEZ, ACONSELHADA POR SEUS KINNARA, PERDÃO, POR SEU CHEFE DE ESPIONAGEM FRANCIS WALSINGHAM (1532–1590). NÃO COMO “PRINCESA” E SIM COMO “PRÍNCIPE”: O PODER TENDE A MASCULINIZAR, TOXICAMENTE, OS SEUS PORTADORES.

Então é basicamente o que vai acontecer aqui: o Kinnara autômato irá arquitetar toda uma rede de intrigas deliciosas, inclusive a morte ou humilhação de todos os seus amos, inclusive os que ele pessoalmente tem de fato admiração para que os temores de Tosarot sejam apaziguados.

Uai, e isso por acaso é um aparelho ideológico do Estado? Sim. Mas o que diabo é um aparelho ideológico do Estado?

Conceito criado pelo feminicida (nossa, esse programa está cheio deles dessa vez, não é?) Franco argelino LOUIS ALTHUSSER (1918–1990): ele matou sua esposa, confessou, mas que devido a ele ser classe dominante, e também tem um longo histórico de doenças mentais e abusos feitos por sua mãe, não foi preso, por volta de 1980.

SE VOCÊ QUERIA ALGUÉM CONTRA O QUE CHAMAMOS HOJE DE “BRANQUITUDE”, ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS ACABOU DE ACHAR.

ALTHUSSER, contra sua vontade, foi mandado para uma instituição psiquiátrica e percebeu que seus status social lhe permitia tudo, até cometer crimes, mas não aceitar a responsabilidade por eles.

A ELE ERA PERMITIDO TUDO, MENOS LIVRE-ARBÍTRIO.

É isso que vai acontecer com Mongkut e Phra Lak sem que eles percebam, pelas mãos, ou melhor pela canção, de Kinnara autômato.

CONSERTO DO CONCERTO.

O Kinnara autômato manipula a jovem e infiel esposa de Tosarot, Rambhai a usar seus três gatos mágicos em sua conspiração, que leva a morte do monarca.

TUDO ESTÁ PREVISTO NESSA PARTITURA.

Dali para frente nossa genial máquina cantora passa a manipular todos os que pretendem atacar o território deles, inclusive os irmãos com o intuito de que eles passem mais tempo lutando entre si, do que efetivamente conseguindo a hegemonia do poder ali.

NO FUNDO, KINNARA É QUE DOMINA A TODOS, BEM, PORQUE NÃO QUER DOMINÁ-LOS.

Kinnara sabe que não pode governar, porque afinal, não é humano.

E COMO ELE NÃO É BURGUÊS, NÃO PASSA PELA CABEÇA MECÂNICA DELE MUDAR O CONCEITO DE HUMANO: BOM, SE ELE FOSSE UM CYBORG, QUEM SABE….

A MÁQUINA consegue que os irmãos se separem, que Mongkut não assuma o trono, e que e Phra Lak se case contra sua vontade, sem eles perceberem que é ela o grande manipulador do que acontece.

FICO PENSANDO NO SE SEGUINTE: ESSE AUTÔMATO REALMENTE SE MOVE POR SUA PRÓPRIA VONTADE, JÁ ESSES HUMANOS, INCONSCIENTES DA EXISTÊNCIA DELE, SÃO APENAS FANTOCHES.

Parece que o autômato sabe melhor como esses humanos agem, e por isso, pode controla-los melhor que os próprios podem se controlar.

Kinnara autômato entende que existem forças sobre eles que eles não reconhecem, logo são inconscientes, e, portanto, incontroláveis. Tudo que é inconsciente é incontrolável.

Alguns chamam isso de alma, de psique, de anima, de espírito, de deus, mas o que é isso tudo na verdade?

IDEOLOGIA.

Esse é o que os marxistas chamam de ideologia: um conjunto de ideias, valores e cultura que afetam o racionalismo dos humanos em seus processos decisórios.

Ela é criada a partir de uma série de instituições que estão presentes na vida das populações, e que mais convencem do que repreendem: algumas delas são a religião, a escola, a família, a política, o sindicalismo, os sistemas de informação e até mesmo artes esportes e outros produtores de cultura.

ALTHUSSER CHAMOU ISSO TUDO DE APARELHOS IDEOLÓGICOS DO ESTADO.

E justamente nosso feminicida cita que em verdade esses aparelhos seguem uma única “por uma partitura única, perturbada ocasionalmente por contradições”.

Pensou que eu tinha esquecido, não? Ou então reparou que eu coloquei o link da explicação na parte anterior? Ou eu fiquei falando um monte de curiosidades e você não percebeu isso?

OU NÃO PERCEBEU QUE KINNARA AUTÔMATO ESTÁ SENDO O MAESTRO REGENDO A PARTITURA DA CANÇÃO CHAMADA “ESTABILIZAÇÃO DO PODER”?

RAIVA CONTRA A MÁQUINA.

Muita gente acha que trabalhadores são idiotas tão granes quanto a classe média ou as elites.

NÃO SÃO. NÃO SEMPRE.

Nego acha que eles são, porque trabalhadores têm dificuldade de nominar suas próprias ideias. Isso não quer dizer que não consigam usá-las, apenas que não conseguem as teorizar bem.

PRÁXIS ANTES DE TEORIA.

Toda a teoria marxista parte disso, o que já é uma contradição, ou dialética, já que é uma teoria que defende que a teoria é importante, mas secundária.

ALTHUSSER PERCEBEU ISSO. TALVEZ PORQUE ESTIVESSE LOUCO. OU SÃO, OU SOUBESSE QUE ESTAVA LOUCO E QUE SER LOUCO ERA NÃO QUESTIONAR QUE ERA SÃO E DA ELITE. VAI SABER?

Um dos críticos de ALTHUSSER, E. P. THOMPSON (1924–1993) em certa medida concordaria que a esquerda de gabinete tende a subestimar a ação consciente dos trabalhadores. Um exemplo é o pessoal que criticou o LUDISMO (XIX), movimento de trabalhadores ingleses que destruíram máquinas introduzidas dentro de seus locais de trabalho.

Os liberais, e sua esquerda, criticaram isso como fruto de ações infundadas e ignorantes, não percebendo que era exatamente o contrário:

ESSES TRABALHADORES PERCEBERAM QUE A IDEOLOGIA DOS SEUS PATRÕES ESTAVA SE MANIFESTANDO MATERIALMENTE ALI.

É isso que Kinnara autômato também é: a ideologia do pensamento monárquico moldando os passos e todos, sem que eles percebam, pois podem vir a resistir a ele. O próprio chega a afirmar isso para Rambhai; de que Mongkut não pode ser um monarca, porque ele é bom demais. Não que ele ache que governantes bons e compreensivos, mas ele mesmo jamais presenciou isso.

E GRAÇAS A ELE MESMO, JAMAIS VAI PRESENCIAR.

Nosso Kinnara é de um pragmatismo típico do mundo antigo, onde não se troca o certo pelo duvidoso. O feminino sagrado deve continuar prostituído, irmãos devem aprender a rivalizarem, aspirantes ao poder que não são da elite constituída pela genealogias devem ser exterminados.

AQUI, A ESPIONAGEM MOSTRA O QUE NA VERDADE É O DESTINO. UMA MÁQUINA FAZENDO UMA CANÇÃO, COISA QUE NÃO EXISTE NA NATUREZA, PORQUE “NATUREZA” NÃO EXISTE, É COISA DE HUMANOS, QUE POR CONTINUAR DISCRETA PARECE INEVITÁVEL.

Sim, os autômatos, inclusive os atuais que organizam nossos sistemas informatizados, tendem a nos manipular, para que acreditemos que não são produtos da elite, aquela mesma do passado, que provavelmente foi manipulada pela elite de seu passado e assim por diante, ou assim por trás, entendam como quiser.

É por isso que esse quadrinho é fantástico; porque mostra que mesmo em um mundo de fantasia mitológica, está em verdade a ideologia da classe dominante, agindo, até contra ela mesmas para manter o poder. Aproveitando Mongkut e Phra Lak existiram mesmo, mas em verdade são termos que querem dizer algo como “monarquia” e “coroa”, não sei se respectivamente, e que graças a eles, é que o Sião hoje se chama Tailândia.

Me pergunto quem poderia deter esse tipo de máquinas.

TALVEZ O TOM MORELLO (1964) ?

POST SCRIPTUM

Sempre que posso falo bem do MORELLO. Porque estou ficando sem gente para apreciar. Todos os mais radicais estão descambando para o capitalismo mais hipócrita, até gente que nunca pensei que cairia nessa como o ALEC EMPIRE (1971) anarquista sionista…. sim eu também achei estranho mas é isso ai mesmo. Vai no INSTAGRAM (2010) dele que vocês entendem.

Eu sempre apreciei uma coisa simples no MORELLO: ele sabe que jogo está jogando. E tem nego que finge que não sabe: sua proposta musical é feita para ser acessível e barata, embora não pareça. Ainda tento executá-la. Tamo junto broder.

Assim, ele e principalmente o ZACK DE LA ROCHA (1970) sabem que é impossível durar muito tempo no mainstream da música e serem de esquerda. Como diria a rapaziada do rap, “pegue a grana e corra”.

Eles me parecem estar nesse projeto. A canção do Irmão Sistema e por demais sedutora, acreditem.

SE O COMUNISMO NÃO COMEÇAR A FAZER A DELE, ESTAMOS PERDIDOS.

FICHA TÉCNICA

KINNARA [QUADRINHO] (2021) — TITULO ORIGINAL:KINNARA — PÁGINAS :88 — NACIONALIDADE :ARGENTINA — ROTEIRISTA: EDUARDO MAZZITELLI — DESENHISTA:ENRIQUE ALCATENA — DISPONÍVEL (ATÉ O MOMENTO DA PUBLICAÇÃO): COMIX ZONE.

Se gostou desse texto, 50 palmas serão bem-vindas e agradecidas.

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Sombrionauta

Arcano Oliveira (André Moreira Oliveira) Historiador da cultura especializado em cultura pop. Podcaster do O Sombrionauta (um tanto lógico isso).