QUATRO MUSICAIS QUE VI[SHOW] (27/05/2023 à 10/06/2023):

Sombrionauta
11 min readJun 13, 2023

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CABEÇA DE DEMÔNIO.

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De modo geral eu quem me conhece sabe que aprecio shows . Aprecio porque sempre tenho boas surpresas mesmo nos piores. E as vezes os piores são os mais gratificantes. Um exemplo foi o show que fui do BAD BRAINS (1977) em 2013, que contava com a participação de seu emblemático vocalista H.R. (1956).

H.R. quase não cantou, ou o som estava ruim, ou os dois. No entanto foi uma das melhores experiências de minha vida: todos nós sabíamos as letras da banda, ou pelo menos grande parte, e, tentamos balbuciar alguma coisa aos berros, justo, unidos, como sempre a banda pregou.

FOI UM DESSES PIORES MELHORES SHOW DA MINHA VIDA, PORQUE EU NÃO SABIA O NOME DE QUASE NINGUÉM DA PLATEIA, MAS TODOS NÓS AGITANDO ESTÁVAMOS NOS RECONHECENDO UNS NO OUTROS, NA PARTE QUE NOS IMPORTAVA, EM NOSSOS SENTIMENTOS.

Depois soube de H.R. está com profundas dores de cabeça, padecendo de uma doença terrível que não tem cura [ ]. Talvez ele sempre a tivesse e isso explicasse as suas habilidades como vocalista e o próprio nome da banda.

NÓS QUE ESCUTAMOS O BAD BRAINS SEMPRE FOMOS “CÉREBROS RUINS”, OS QUE PENSAVAM DIFERENTES, ALTERNANDO RAIVA E LUCIDEZ.

Centenas, talvez milhares de músicos foram influenciados por essa banda punk/hardcore/reggae, onde os músicos negros sempre professaram uma espiritualidade simples, mas bem incisiva;

SOMO UMA OUTRA ALTERNATIVA DE CIVILIZAÇÃO, PORQUE SOMOS POBRES QUE COMPREENDERAM QUE NÃO SÃO, E NÃO SERÃO RICOS, E NÃO ESTAMOS INTERESSADOS NISSO.

Essa proposta cultural nos fez procurar sobrevivência dentro de nossas comunidades, que não se restringia apenas às nossas necessidades básicas fisiológicas, mas também um sistema complexo de cultura que abrangia quadrinhos, grafite, música, poesia, cinema em modelos diferentes do mercado.

UMA CULTURA POP QUE NÃO ERA PARÓDIA DA HEGEMÔNICA, E SIM, UMA ALTERNATIVA UNDERGROUND, LOGO TIDA COMO INIMIGA DESSES STATUS QUO.

Mas a música sempre foi o centro desse tipo de costume. Abaixo relato 4 shows em que fui rever minha cultura.

[SIGA LENDO A PARTIR DAQUI SE VOCÊ VEIO DO INSTAGRAM]

EXUS DE GONZAGA [ NAÇÃO ZUMBI (VIRADA CULTURAL) 27/05/2023].

Eu sou filho de nortistas. Sempre tem aquela discussão se é nordestino ou nortista, mas vou resumir da seguinte forma: nordestino é a rapaziada que fica perto do litoral norte e nordeste do país e nortista é a moçada que fica no interior. Logo há uma predominância de negros pretos no litoral e de negros pardos no interior. Isso explica porque nem sempre eles se dão bem, sendo que até mesmo reproduzem uma série de conceituações racistas uns para os outros.

ENFIM, COMO ESTAVA DISCUTINDO EU E O SR. ESTÁTUA, USAMOS A BRANQUITUDE ATÉ PARA NOS RELACIONAR UNS COM OS OUTROS.

Seguindo.

Como sou filho de nortista tendo a gostar de Forró, notadamente aquele feito pelo conservador populista o LUIZ GONZAGA (1912–1989). Esse fantástico músico brasileiro, nascido em Exu, Pernambuco que não conhecia a escrita musical sempre teve uma característica interessante: fazer músicas de protesto combinadas com sua identidade política sertaneja.

HOJE O SERTANEJO FOI TOMADO PELO AGRONEGÓCIO. BESTEIRA: AQUILO É POP-ROCK COM APENAS ESTÉTICAS DE SHOWS DE COUNTRY, MAS NÓS, OS FILHOS DOS SERTANEJOS TENDEMOS A CAIR NESSE GOLPE E NEGAR NOSSAS ORIGENS, QUE NÃO SÃO APENAS NA ÁFRICA OU NOS POVOS ORIGINÁRIOS, MAS TAMBÉM NESSAS PESSOAS. MENOS O CAMBIO NEGRO (1990), ELES NÃO, ELES NUNCA CAÍRAM NESSA.

O protesto de Gonzaga era populista de esquerda, trabalhista e sim, não compromissado com a ideia de revolução.

POR ISSO A ESQUERDA QUE NÃO QUER REVOLUÇÃO NÃO GOSTA DELE: PORQUE GONZAGA NÃO FINGIA SER TÃO IMPOTENTE QUANTO ELES.

Eu sinto que a NAÇÃO ZUMBI (1993) é a continuação do que GONZAGA era. A banda passou por toda a sorte de tragédias e brigas internas. Vejo neles uma poderosa síntese de muito que os filhos dos nortistas pelo país acreditam, filhos de classe média baixa de pais e mães que eram pedreiros suicidas em meio a cidade capitalista. Mas não vejo neles uma mensagem revolucionária, pois os constantes combates dentro da banda denunciam isso.

VEJO TRABALHISMO A LA CIRO GOMES (1957). SIM, EU SIMPATIZO COM ELE, MAS QUEM GOSTA DO GONZADA E DA NAÇÃO TENDE A ISSO. MENOS OS CARAS DO PORTA DOS FUNDOS (2012), PORÉM ELES PREFEREM DEFENDER COM HUMORISTAS RACISTAS.

Cada um que carregue a sua súplica cearense.

O show deles, sem o guitarrista LÚCIO MAIA (1971), a meu ver o TOM MORELO (1964) brasileiro, como tudo que isso pode pesar, foi ótimo, com o guitarrista NEILTON (?) do DEVOTOS (1988)

O peso da NAÇÃO, sua capacidade em conseguir invocar de nós a superação do que foram nossos pais, de procurar por meio de psicodélica batida pesada do maracatu nos fazer entender que não somos nosso pais, mas que somos filhos deles, me fez mais uma vez dançar com as asas que os urubus nos deram, mas que usamos para voar por toda a periferia.

E tinha mais gente voando comigo, com nossas dores, com nossos amores.

GONZAGA E GONZAGUINHA (1945–1991) GOSTARIAM DE ESTAR CONOSCO ALI. E ESTAVAM.

SIGA LENDO PARA A PARTE 02:

VALE DO ESPÍRITO [M.V. BILL E KMILLA CDD (VIRADA CULTURAL) 28/05/2023] .

Um dos elementos fundamentais da formação dos jovens da periferia é sua música. Ela reflete seus anseios, seus estranhos desejos. E por meio dela é possível narrar diversos futuros que eles possam almejar, além do que podem conseguir.

E TAMBÉM O QUE JAMAIS IRÃO TER.

Escutar RAP tinha esse impacto nas mentes dos jovens, sobremaneira do sexo masculino. Sim, porque a maioria dos estilos musicais, ainda, privilegia o jovem que irá cortejar uma moça, quase um príncipe encantado.

RESUMINDO, O PAR ROMÂNTICO DAS MULHERES NA MAIORIA DAS SUAS MÚSICAS NÃO PASSA DE UM JOVEM BRANCO COM TRAÇOS EUROPEUS, UM FALSO QUERER.

Deve ser por isso que muitos se afastaram desses setores mais ligados a procriação de mão-de-obra para o Capitalismo, ou seja, das músicas de amor. Raramente elas falam de outra coisa que não: a frustação de não ter o ser amado, ou a angústia de perdê-lo. Mas, e para os jovens que perceberam que não estão dentro do padrão de beleza e estética das moças?

SOBRA O M.V. BILL (1974) E KMILLA CDD (1988) CANTANDO BRIGA DE CASAL ( ESTILO VAGAGUNDO 5) (2021), BRILHANTE CANÇÃO SOBRE O RELACIONAMENTO QUE DOIS NEGROS PERIFÉRICOS PODEM EXERCER.

Quando fui assistir ao show de ambos no Vale do Anhangabaú percebi como é menosprezado pela mídia a música que trata da vivência dos jovens de sexo masculino periférico, coisa que o RAP, brasileiro ou não, tentou com todas as forças apresentar.

E PERDEU. LAMENTO NEGRO DIZER.

Porque infelizmente esses jovens foram tomados pelo estilo luxuoso que foi deturpado a partir da leitura brasileira do GANGSTA RAP. Assim muitos desses jovens não entenderam, ou não quiseram entender, que aquilo era um experimento para demonstrar como essa narrativa do pobre que alça o crime para ficar rico termina geralmente em prisão, túmulo, ou pior, igreja.

TRÊS FORMA DE MORRER, A MEU VER.

M.V. BILL parece entender bem isso e durante seu excelente show com uma baixista, saxofonista e dj, apresentaram um rap dançante embalado pela também surpreendente KMILLA CDD. Em dado momento ele explicou as subdivisões do RAP no Brasil, dizendo que a sua é a reflexiva, e tem até aquela para quem não acredita ser pobre e se ilude achando que é rico.

CADA UM QUE VEJA SEU PRÓPRIO DEVANEIO PARA ESCAPAR DO QUE É NO ÂMAGO DE SEU SER.

Mas o RAP sempre foi uma extensa reportagem e confrontação com o que se sonha e com a realidade concreta e fria. Ambos os MC’S estavam apresentando uma das saídas desse tipo de estilo, uma grande moral cristã católica que tende a tentar mudar o que se pode mudar,a aceitar o que pode ser mudado, e, finalmente, saber a diferença entre os dois.

Geralmente eu gosto de agitar nesses shows, mas meus instintos avisaram que deveria mais apreciar a apresentação do que dançar. Isso significou observar os jovens que estavam ali contemplando o espetáculo.

Os meninos estavam agitando tensos, com uma noção de uma nobreza de periferia, como reis da rua que não existem, e jamais existiram. Não consegui me conectar a eles porque senti que estão tão ligados a todo esse mundo atual e o discurso de sua miséria, que não é do mundo deles e sim do que originou a mim e os meus: não havia catasse acontecendo.

HAVIA IMITAÇÃO, FINGIMENTO DE QUE SE ERA VINDO DE UM MUNDO VIOLENTO. EM BREVE VAI SER, JOVENS, EM BREVE VOCÊS VÃO REALMENTE SABER.

M.V. BILL terminou o show falando que não havia tido uma só ocorrência policial, e, como bom católico, falou que isso mostrava a educação do povo da periferia.

Horas depois o CHAVOSO DA USP (2000) e um amigo tinham sido agredidos e ameaçados pela polícia a caminho do Show do EMICIDA (1985) [ ]. Isso me lembrou da agressão e tortura contra GALO DE LUTA (1989) e me fez perguntar onde estão todas a lideranças de esquerda para apoiarem os representantes dos estudantes e trabalhadores periféricos.

Em breve um desses dois vão o nosso MARTIN LUTHER KING (1929–1968) E MALCOLM X (1925–1965). E aí o RAP brasileiro vai ter consciência do que deveria ser.

COMO DISSE JOVENS, EM BREVE VOCÊS VÃO ENTENDER O QUE É PERDER.

SIGA LENDO PARA A PARTE 03:

TENTANDO DOMAR O CAVALO NEGRO [TOM MORELLO — BEST OF BLUES AND ROCK [02/06/2023].@

Como disse anteriormente os Shows tem se tornado muito caros, pelo menos os das bandas que fizeram parte dos anos 90 a 2000.

Então essa gente que surgiu durante o que chamo de época do groove, na qual o RAP, foi a tônica, tanto em termos líricos quanto em rítmicos. A atitude do rap foi absorvida por vários músicos em diversos estilos e o que melhor sintetizou isso, que conseguiu combinar o pensamento do RAP com a tecnologia disruptiva do ROCK, foi o RAGE AGAINST THE MACHINE (1991).

Houveram bandas anteriormente que fizeram essas combinações, mas eles conseguiram fazer uma síntese que conseguir abarcar esses dois mundos. E um dos grandes responsáveis por isso é o nova-iorquino do Harlem TOM MORELLO (1964).

Filho de uma historiadora de origem italiana e irlandesa e de um ex-membro do EXÉRCITO DE GUERRILHA MAU-MAU (1952–1960) fundamental no processo de descolonização do Quênia. Detalhe que MORELLO ficou com o sobrenome da sua mãe e não de seu pai.

QUE COISA MAIS SOVIÉTICA ESSA: SE NÃO ME ENGANO NOS RUSSOS O SOBRENOME QUE OS FILHOS FICAM É O DA MÃE.

MORELLO, provavelmente é o JIMI HENDRIX (1942–1970) de minha geração: formado em CIÊNCIA POLÍTICA em HARVARD (1636), e me falaram que ele estava terminando o doutorado dele, coisa que não achei, confesso, inovou por criar set’s de guitarra razoavelmente baratos emulando sistemas de som do RAP.

O CARA É REALMENTE UM COMUNISTA: PORQUE COMUNISMO NÃO É LETRA APENAS, É TAMBÉM CRIAR TECNOLOGIA VIÁVEL E ACESSÍVEL PARA OUTRAS PESSOAS.

Aprende aí, gente que fica dizendo que pensamento de esquerda é debate em sarau.

Isso provocou a ira de dezenas de guitarristas que, tal qual o pessoal branco que tende a tentar roubar o blues, samba, rap e funk dos negros tende a querer se comparar a ele.

TOLINHOS. NEM DÁ PARA FICAR BRAVO COM ELES. SÃO APENAS BRANCOS, OS POBRE MENINOS RICOS DE IOWA.

Quando fui assisti-lo dessa vez, agora pago, porque antes tinha sido de graça, percebei que eu gosto realmente dele como pessoa. Porque ele é um GUITAR-HERO que nega o conceito em si mesmo. E também porque a própria vivência dele como pessoa era tudo que o movimento negro pensava que devia ser um jovem negro do sexo masculino

UM ANTI-GUITAR HERO: TREMAM METALEIROS CRISTÃOS CATÓLICOS DE JERSEY.

Seu show foi muito bom e percebi, de novo, que ele é bem gente como a gente. Em dado momento enquanto ele tocava, estava louco tentando acertar o som de todos aqueles pedais e me lembrou muito das roubadas que eu e FABIANO BRITO nos metíamos quando tocávamos juntos.

Realmente ele tenta nessa sua versão de show de rock criar um som que conversa mais com a musicalidade do que a política que ele defende.

MAS O DESGRAÇADO É A POLITICA QUE ELE DEFENDE.

Logo, apesar de ele tentar deixar mais para o RATM a política ele não resiste em debater sua visão de mundo, sua noção de política de esquerda. Muita gente não gosta disso .

E também muita gente quer domar o pensamento político desse cavalo de batalha negro (“Morello” significa isso). Assim jovens brancos metaleiros durante o show, enquanto agitávamos estavam tentando monopolizar as rodas expulsando os negros mais fracos e mais velhos que conseguiram juntar uns trocados para ver o show.

MAS EU AINDA PRATICO KUNG-FU, MEUS DOCES. NÃO É TÃO FÁCIL ASSIM COMIGO.

Entendam, meus queridos, eu acho que realmente você vão vencer e também colonizar o RATM para si, como fizeram com dezenas de outras bandas. Porém não vai ser tão fácil comigo vivo. Faço pouco contra isso, mas faço algo.

BOM, SABIAM QUE NO VIETNÃ, PARTE DOS COMBATENTES QUE VENCERAM O E.U.A. USAVAM APENAS ARTES MARCIAIS E NÃO ARMAS DE FOGO?

SIGA LENDO PARA A PARTE 04 (FINAL):

FALA DOS DESCENDENTES [DISCURSO DE POBRE (10/06/2023)].@

Tudo o que falei nesse decorrer me levou a pensar como é fundamental a cultura dos shows. Porque é preciso e necessário que nos encontremos com gente que seja como nós.

E SIM, LAMENTO, OS MENINOS BRANCOS RICOS ESTÃO ATRAPALHANDO. ELES DEVERIAM FAZER A MELHOR COISA POSSÍVEL PARA COMBATER OS RICOS, OU SEJA, PARAR DE USAR SEU CONHECIMENTO ADQUIRIDO POR ESSA RIQUEZA PARA NOS “ORGANIZAR”.

Porque gente da classe média alta, média e baixa deveriam para de tentar nos organizar e deixar isso para a gente. Eles prestam um desserviço. Porque eles nos colonizam e depois que terminam de brincar de cosplay de pobre, voltam para suas classes sociais de origem, como uma falsa consciência de terem “cumprido” sua parte.

E MAIS UMA VEZ NOS VEMOS COLONIZADOS POR AQUELES QUE ACHAM QUE SABEM O MELHOR PARA NÓS.

Se querem fazer algo de bom aos periféricos é se restringir a apoiar, no máximo, a luta deles.

Porque com o tempo podemos criar nossos próprios intelectuais.

EXEMPLO DISSO É O FERREZ (1975).

Ele é um comerciante e escritor de periferia que realmente pensa formas de comércio que possa afetar de maneira benéfica o ecossistema econômico da periferia.

Eu fui até uma exposição de arte ali na sua loja a 1DASUL ver os trabalhos de GRAU DAS ARTES (?) e LEANDRO ANDRADE (?) além de assistir aos shows que iam acontecer.

Todos foram interessantes mas o que me chamou mais atenção foi a banda DISCURSO DE POBRE (2020 ?):

PORQUE ELA É DE CERTA FORMA A CONTINUAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DO QUE FALEI POR TODO ESSE TEXTO.

O som deles é estranhamente non-sense, mas o mesmo tempo muito coerente. Porque literalmente é um discurso periférico que acessou diversas camadas de sistemas educacionais e culturais e os pôs a serviço de discutir temas da periferia.

Então tem muito de pesado e melódico ali, porém com um alto teor de linguajar e visão periférica

MUITO BOM.

As outras bandas que se apresentaram eram praticamente eles tocando outros instrumentos, as vezes com outras pessoas, e mais uma vez fez muito sentido para mim.

ESSE NEGÓCIO DE UNIFORMIDADE É COISA DE BRANCO DE CLASSE MÉDIA QUE CURTE DISCURSO ALEMÃO PRÉ-1945.

Assim, apensar de todos os pesares, a periferia segue sangrando, mas ainda sim segue ,colocando um esparadrapo e tomando um flanax.

Siga lendo, para um pequeno comentário, sobre nossa derrota e nossa nova luta, no medium:

Concluindo, meus queridos, vamos aceitar logo que estamos perdendo essa rodada para o Irmão Capitalismo, e que os governos do Brasil, de esquerda ou de direita apenas são direita com dor na consciência e direita e que nós temos que fazer nossos corres em termos sindicais, de movimentos sociais e de classe.

O identitarismo, inclusive negro, falhou e vai continuar falhando porque se pauta em ser versão da branquitude, ou sua negação e não a negação de sua negação.

O LGBTQ+ E O FEMINISMO TAMBÉM: SE RESUMEM ATUALMENTE A FAZER VERSÕES DO HOMEM BRANCO HÉTERO PARA TODAS AS OUTRAS LETRAS DA SIGLA E PARA MULHERES DA CLASSE DOMINANTE.

Logo, acho que devemos pensar nossas próprias guerras de posição e nos preparar para próximo round quando o Sistema entrar em pane de novo. Está perto isso.

Já perdemos. Então hora de aceitar e como diz uma música punk “ Se precisar vou recomeçar tudo outra vez. Vou recomeçar mais uma vez. E outra vez”.

TIPO AQUELE INIMIGO MOURO DO BATMAN QUE SEMPRE RETORNA LUTANDO USANDO ECONOMIA O RAS AL GHUL, QUE QUER DIZER “CABEÇA DE DEMONIO”.

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Sombrionauta

Arcano Oliveira (André Moreira Oliveira) Historiador da cultura especializado em cultura pop. Podcaster do O Sombrionauta (um tanto lógico isso).